segunda-feira, 12 de maio de 2008

PEQUENAS NOITES ENCANTADAS DE AMOR INCENDIÁRIO

II - ENTRE QUATRO PAREDES

Com ansiedade desmedida, mergulho nessa noite imaginada, enquanto seus braços aprisionam meu desejo e o fazem caminhar na estrada dos sentidos em velocidade de cruzeiro.
Entre quatro paredes, nesse quarto enluarado, explodimos em estrelas. Do suor e do sêmem espalhados nascem galáxias inquietas e, para cada volta do relógio que se quer interminável, pulsam quasares incontidos e supernovas delicadas.
De sua boca escorre um quê de inocência intocável e a devassidão das mulheres que vivem. Nos seios iluminados pela lascívia, perco-me na veneração absoluta, enquanto me desfaço em orgasmos múltiplos - tão incontáveis e definitivos! - sentindo-me vulcão em fúria despertada...
Por um momento, sob o olhar da lua enternecida, caprichosamente enrolamos nossos corpos num abraço, como se fôssemos criaturas repletas de tentáculos açucarados. Deitados na arena dessa batalha deliciosa - nossa cama, em nosso quarto, envolto por paredes indiscretas - atigimos o clímax.
Sonolentos após o ato, esperamos ansiosos o recomeço arrebatador. E, nesse compasso de espera, entre suspiros febris, reafirmamos esse amor que, por ser amor, é universal.

Nenhum comentário: