segunda-feira, 12 de maio de 2008

PEQUENAS NOITES ENCANTADAS DE AMOR INCENDIÁRIO

IV - NUMA ILHA DESERTA...

Pelo reflexo em teus olhos cristalinos, percebo o azul transbordante que nos rodeia. Nessa ilha deserta perdida no meio do mundo, sob um céu negro rendilhado de estrelas faiscantes, observados pela lua sorridente, preparamos o ato como quem prepara a vida.
Estamos nus, a pele orvalhada exala desejo. Entrelaçamos as mãos, nesse pacto silencioso e, entre murmúrios, descobrimo-nos aos poucos, com a sutileza inesperada de quem espera...
A noite avança.
Náufragos incontidos, entregues ao desejo incontrolável, a cada beijo apaixonado tentamos, como canibais ressuscitados, engolir-nos, introjetando esse amor de forma definitiva.
Provo seu gosto, como quem prova uma fina iguaria, néctar dos deuses, enquanto um arrepio elétrico percorre meu corpo, surpreendendo meus sentidos. Seus braços, como serpentes insaciáveis, aprisionam meus pensamentos, sua boca de minha pele se alimenta.
A noite pára. O tempo, suspenso, apenas observa.
Delicadamente, deitamo-nos na areia iluminada e, ali, entre o vento e as palmeiras, atingimos o orgasmo indivisível.
Apenas eu e você, nessa noite de sonho.

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